segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PT E PMDB SELAM ALIANÇA

Após o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com lideranças do PT e do PMDB, encerrado há pouco no Palácio da Alvorada, os partidos formalizaram uma espécie de pré-acordo entre os dois partidos para a futura aliança em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, assegurou que as legendas estarão unidas para as eleições do ano que vem, mas o acerto final será definido depois das convenções.
"Destacamos desde já que a chapa majoritária tem a composição do PT e do PMDB, que definimos como a representação dos dois maiores partidos que sustentam o governo Lula e que pretendemos que sustente a candidatura da ministra [da Casa Civil] Dilma Rousseff", disse.
O presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que o acordo prevê que os partidos estarão juntos, inclusive, para a formulação do programa de governo da chapa que deverá ser encabeçada por Dilma Rousseff.
O deputado avaliou que "seria mais útil" uma coalização dos vários partidos que compõem atualmente a base de apoio ao governo Lula. "Seria útil que se tivesse um bloco com uma candidatura e mais um bloco com outra. Seria útil para os costumes políticos do país", afirmou.
Temer é cotado para ficar com a vice-presidência, porém, desconversa quando questionado sobre a sua participação na chapa da petista. "Na verdade, não há candidato a vice. Se houver a participação do PMDB na chapa como se pretende, não há nome para a vice. Há provavelmente a vice, mas não há ainda nome para isso", disse o deputado.
Os peemedebistas têm dois problemas para administrar antes de formalizar a aliança: a ala dissidente da legenda e as resistências estaduais à união com o PT. No que diz respeito aos dissidentes, os peemedebistas reconhecem que não terão forças para unir a legenda em torno de Dilma.
O grupo favorável a José Serra (PSDB-SP) aposta na queda da petista nas pesquisas de intenção de voto como forma de pressionar a maioria da legenda mudar de ideia em relação à aliança com o PT. "O tempo não favorece a eles, favorece a nós [dissidentes]. Temos que procurar os descontentes, as pessoas que conhecem a história do PMDB. Isso é coisa do [presidente] Lula. No fundo, é transformar o partido num satélite do PT. Em acho [a aliança] uma precipitação e o governo não ganha com isso", disse à Folha Online o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
"O que a gente tem que fazer é enfrentar essa realidade nova que o PMDB pôs em prática, combater isso e esperar que o PSDB defina a candidatura. Definindo a candidatura, melhora para os dissidentes. A gente tem uma condição melhor de lutar com a candidatura definida", afirmou.
Caciques
As principais lideranças do PT e do PMDB participaram do jantar. Entre os petistas, além de Lula e Dilma, o presidente da legenda, deputado Ricardo Berzoini (SP), os ministros Tarso Genro (Justiça), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), assim como parlamentares do partido.
No PMDB, participaram do jantar Temer, os ministros Hélio Costa (Comunicações), Nelson Jobim (Defesa), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), líderes e parlamentares --como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL).
Segundo parlamentares peemedebistas, Lula entrou campo para dar força ao acordo entre o PT e o PMDB. Com o presidente participando diretamente das negociações, a cúpula peemedebista avalia que terá mais força para defender dentro do partido a aliança formal com os petistas.

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