Milhares de trabalhadores dos Correios ocupam as ruas do centro de São Paulo
Em greve desde o dia 13, milhares de trabalhadores dos Correios foram às ruas, em diversos Estados, nesta sexta-feira (23), para reivindicar abertura das negociações da campanha salarial 2011.
A categoria reivindica a contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios, reposição da inflação de 7,16% e o aumento do piso salarial para R$ 1.635. Atualmente o piso dos ecetistas é de R$ 807, um dos menores dentre os servidores públicos.
Em São Paulo, uma imensa massa de ecetistas saiu em passeata pelas ruas do centro da cidade denunciando à população os baixos salários e as precárias condições em que atuam os trabalhadores dos Correios.
“Hoje as condições de trabalho nossas são precárias. Estamos trabalhando em dobro. Após o PDV (Pedido de demissão Voluntária), que aconteceu há dois anos, não houve novas contratações. Agora que eles estão começando a fazer o concurso público”, revela Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos de São Paulo (Sintect -SP).
O dirigente revela a dificuldade que os trabalhadores têm enfrentado ao tentar negociar com a empresa e defender suas reivindicações. “Estamos abertos para negociar com a empresa, que fechou todos os canais de negociação. Um exemplo disso é que na grande mídia só o presidente coloca seu posicionamento. Dizendo que nós trabalhadores é que somos radicais. Mas estamos aqui para mostrar que estamos unidos em torno de nossas reivindicações”.
A CTB esteve presente, assim como diversos sindicatos de outras categorias, para unir forças com os ecetistas, que coloriram de amarelo e azul a região central.
Para Wagner Gomes (na foto acima ao microfone), presidente da CTB Nacional, presente no ato para levar apoio aos trabalhadores, o que falta é valorizar os serviços prestadores pelos ecetistas.
“O governo não tem dado o devido valor a esses trabalhadores que prestam um dos melhores serviços para a população. Eles têm um piso salarial baixíssimo, sofrem com o quadro defasado de funcionários. E preciso que o governo se conscientize dessa situação”, destacou Gomes.
A passeata, animadas por apitos, cornetas e tambores, começou na Praça do Correio, no Vale do Anhangabaú, percorreu as ruas do centro velho da capital paulista, passando pela Praça da República, até a praça da Sé, local de lutas históricas.
"Pela primeira vez na história todos os sete Sindicatos do estado de São Paulo aceitaram nosso convite e participaram da atividade", afirmou com muito orgulho Diviza, que agradeceu o apoio e esforço de todos em se mobilizarem.
Durante o trajeto, os trabalhadores fizeram um protesto bem humorado, com o enterro simbólico das figuras da alta direção da ECT e do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que deu declarações ofensivas recentemente aos grevistas, e de maneira irônica dizendo que os ecetistas pensam estar em uma “colônia de férias”.
Também foi ‘enterrado’ o presidente da ECT, Wagner Pinheiro, um ex-sindicalista que tem demonstrado uma postura intransigente ao se negar em negociar com os trabalhadores.
“Está muito difícil negociar com esse governo, que piora ainda mais a situação com as declarações equivocadas que presta à imprensa. Isso não ajuda, apenas aumenta a revolta da categoria, que cada dia que passa adere ainda mais à paralisação”, revelou José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos).
Nesta sexta-feira, em que completam 10 dias em greve, a categoria contabiliza mais de 85% do efetivo parado. “A greve está massificada. Mas queremos abrir o canal de diálogo com o governo. Se ele aceitar negociar os dias parados e o piso já vamos considerar um grande passo a caminho ao acordo”, declarou Rivaldo.
“Não queremos esmola, mas reconhecimento e a participação financeira merecida na Empresa que tem acumulado recordes de juros”, completou Diviza.
Portal CTB
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