Lenilson Freitas
Da Redação
Na garagem da casa alta, muro cinzento e portões enferrujados, na Avenida Marechal Deodoro, bairro Paredões, repousava não apenas um corpo, mas uma parte da história do radialismo mossoroense.
José Nazareno Martins de Lima, 52, poderia ter recebido em vida um bocado de gratidão, por tudo aquilo que fez aos ouvintes, humildes, pobres e necessitados. Era o desejo de seu irmão mais novo, Ricardo Henrique: "Um pouco mais de reconhecimento, um pouco mais de gratidão, ele certamente mereceria. É o que lamento com a morte dele".
Mas nem gratidão, nem abraços, nem um aperto de mão. Nazareno Martins também não teve tempo de chegar com vida ao Hospital Regional Tarcísio Maia, na madrugada de terça-feira, após sofrer um infarto fulminante no coração. Se foram com ele mais de três décadas dedicadas à prestação de serviços, difusão de problemas sociais e ajuda aos carentes. Corajoso e sem papas na língua (às vezes com exagero e brincadeiras), Nazareno acumulou amigos e, claro, adversários.
"Sempre teve peito de enfrentar os inimigos, principalmente os políticos, que tentavam derrubar a pessoa dele. Mesmo assim, era uma pessoa bondosa, capaz de perdoar. Diferente de mim", reforça a lembrança, emocionado, Ricardo Henrique.
Um estilo de comandar ao vivo, inconfundível, popular, que entrou no ar das principais estações de rádio da cidade. Nos últimos anos, José Nazareno estava à frente do "Bom dia Mossoró", um programa matinal, líder de audiência no horário na região. "A polêmica era um estilo dele, além de ajudar as pessoas. Mas acima de tudo um profissional que vestia a camisa da empresa. Eu não tenho dúvidas que é uma perda insubstituível para a radiodifusão de Mossoró", comenta o diretor da Abolição FM, Manoel Ribeiro.
Triste e inconformado com a morte de sua mãe, Nazareno tinha como meta cuidar com carinho paternal as suas duas sobrinhas adotivas: Andressa e Juliana. Assim deixara de lado a saúde. Fumava compulsivamente. '"Ainda não estou velho", ele dizia quando a gente pedia pra se cuidar", relembra o irmão.
Relatando com detalhes os últimos minutos de vida do radialista, a jovem de 20 anos, Andressa Martins, sabia que o pai adotivo já não tinha forças no amanhecer do dia. "Ele lutava para viver. Ele queria viver. Tentamos levantá-lo, após ele cair sobre o sofá. Mas quando o Samu o levou estava sem vida", conta Andressa.
E assim, amanheceu o dia em Mossoró. Não tão "bom", não tão solidário. Muito menos irreverente, como há 34 anos se ouvia. Porém, as recordações serão postas a eternidade no Cemitério São Sebastião, às 8h, ao fim do sepultamento. É hora de virar a página, ou mudar a estação. E talvez, criar, pensar, e falar: "Adeus Nazareno!".
"Tem pessoas que escrevem cartas para mim pedindo para pagar conta de luz, água, antena parabólica, bicicleta, televisores, material de construção, confundindo a minha posição no rádio com um político. Eu não sou político. Eu sou voltado para os casos de saúde e necessidade extrema, fome", disse Nazareno em entrevista concedida em 2001.
José Nazareno Martins de Lima, 52, poderia ter recebido em vida um bocado de gratidão, por tudo aquilo que fez aos ouvintes, humildes, pobres e necessitados. Era o desejo de seu irmão mais novo, Ricardo Henrique: "Um pouco mais de reconhecimento, um pouco mais de gratidão, ele certamente mereceria. É o que lamento com a morte dele".
Mas nem gratidão, nem abraços, nem um aperto de mão. Nazareno Martins também não teve tempo de chegar com vida ao Hospital Regional Tarcísio Maia, na madrugada de terça-feira, após sofrer um infarto fulminante no coração. Se foram com ele mais de três décadas dedicadas à prestação de serviços, difusão de problemas sociais e ajuda aos carentes. Corajoso e sem papas na língua (às vezes com exagero e brincadeiras), Nazareno acumulou amigos e, claro, adversários.
"Sempre teve peito de enfrentar os inimigos, principalmente os políticos, que tentavam derrubar a pessoa dele. Mesmo assim, era uma pessoa bondosa, capaz de perdoar. Diferente de mim", reforça a lembrança, emocionado, Ricardo Henrique.
Um estilo de comandar ao vivo, inconfundível, popular, que entrou no ar das principais estações de rádio da cidade. Nos últimos anos, José Nazareno estava à frente do "Bom dia Mossoró", um programa matinal, líder de audiência no horário na região. "A polêmica era um estilo dele, além de ajudar as pessoas. Mas acima de tudo um profissional que vestia a camisa da empresa. Eu não tenho dúvidas que é uma perda insubstituível para a radiodifusão de Mossoró", comenta o diretor da Abolição FM, Manoel Ribeiro.
Triste e inconformado com a morte de sua mãe, Nazareno tinha como meta cuidar com carinho paternal as suas duas sobrinhas adotivas: Andressa e Juliana. Assim deixara de lado a saúde. Fumava compulsivamente. '"Ainda não estou velho", ele dizia quando a gente pedia pra se cuidar", relembra o irmão.
Relatando com detalhes os últimos minutos de vida do radialista, a jovem de 20 anos, Andressa Martins, sabia que o pai adotivo já não tinha forças no amanhecer do dia. "Ele lutava para viver. Ele queria viver. Tentamos levantá-lo, após ele cair sobre o sofá. Mas quando o Samu o levou estava sem vida", conta Andressa.
E assim, amanheceu o dia em Mossoró. Não tão "bom", não tão solidário. Muito menos irreverente, como há 34 anos se ouvia. Porém, as recordações serão postas a eternidade no Cemitério São Sebastião, às 8h, ao fim do sepultamento. É hora de virar a página, ou mudar a estação. E talvez, criar, pensar, e falar: "Adeus Nazareno!".
"Tem pessoas que escrevem cartas para mim pedindo para pagar conta de luz, água, antena parabólica, bicicleta, televisores, material de construção, confundindo a minha posição no rádio com um político. Eu não sou político. Eu sou voltado para os casos de saúde e necessidade extrema, fome", disse Nazareno em entrevista concedida em 2001.
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