domingo, 29 de janeiro de 2012

Correios do Brasil interessados nos CTT

A privatização dos CTT, acordada com a troika e prevista no Orçamento do Estado (OE) de 2012, tem um novo potencial candidato. Depois dos colombianos, agora são os brasileiros que assumem o interesse na empresa portuguesa pública de correios.

«Os Correios do Brasil, devido à importância dos CTT e à estreita relação que com eles mantemos há anos, acompanham com atenção o processo de flexibilização e futura privatização dos correios de Portugal», admite fonte oficial da empresa brasileira, ao SOL. Questionada sobre o valor da participação que gostaria de assumir nos CTT e se a empresa avançará sozinha ou em consórcio para o processo de privatização, a mesma fonte esclarece que «não existe até ao momento definição, da nossa parte, em relação à compra ou participação em qualquer grupo interessado em adquirir os CTT».

Mas o SOL sabe que a vinda da companhia postal deverá ser acompanhada pelo Banco do Brasil, com o objectivo de ser lançado em Portugal um banco postal, à semelhança do que já acontece no Brasil. A ideia de se criar um banco postal no mercado português não é, aliás, nova. O processo começou em 2005, quando os CTT decidiram avançar com uma instituição deste tipo e tentaram uma parceria, primeiro com a CGD e depois com o Banif, que acabou até por resultar num contencioso deste com a empresa de correios.

Privatização sem data

A venda dos CTT começou a ser discutida no programa de privatizações 2010-2013, definido no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), e foi reiterada no OE, bem como no memorando de entendimento com a troika, no âmbito do programa de ajuda externa a Portugal. Mas os detalhes do concurso, bem como o calendário e o encaixe previsto pelo Estado com esta operação, ainda não foram revelados pelo Governo.

Contudo, os sinais de que o processo está a avançar têm vindo a ser dados. Em Novembro passado, o secretário de Estado-adjunto e da Economia, Almeida Henriques, revelou que «os colombianos estão numa fase de reestruturação dos seus serviços postais e sabem que Portugal tem um know how muito elevado a este nível», passando a mensagem de que está em aberto uma eventual entrada na privatização dos CTT.

Os Correios são das poucas empresas públicas que constam da lista de privatizações acordadas com a troika que se têm mantido dentro dos lucros – ainda que não sejam conhecidos os resultados do ano passado. Em 2010, os CTT registaram lucros de 56,3 milhões de euros e deram 36,1 milhões de euros de dividendos ao accionista Estado.

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