Previsão: queda da inflação
Publicação: 14 de Abril de 2013 às 00:00Brasília (ABr) – Apesar do forte aumento no início do ano, com o estouro do teto da meta (6,5%) no acumulado de 12 meses, a inflação oficial não deve fugir do controle. Segundo especialistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve arrefecer nos próximos meses, até encerrar o ano em níveis similares aos do ano passado.
Magnus Nascimento
Os alimentos estão entre os produtos que vêm puxando a inflação para cima: peso no bolso
Para os economistas, a possibilidade de o Banco Central (BC) reajustar os juros básicos da economia pela primeira vez em quase dois anos e as novas reduções de impostos anunciadas pelo governo contribuirão para conter os preços. No entanto, o fator decisivo que ajudará a segurar a inflação é o esgotamento das principais pressões sobre os índices.
Segundo o economista chefe do banco Sulamérica Investimentos, Newton Rosa, os preços dos alimentos, que se refletiram no IPCA nos três primeiros meses do ano, tendem a cair depois dos níveis recorde de março. “A perspectiva de uma safra recorde nos próximos meses e a desoneração da cesta básica vão arrefecer a pressão dos alimentos sobre os preços”, diz Rosa. Ele também ressalta que os custos com educação, que também influenciaram a inflação no primeiro trimestre, já se estabilizaram.
Para ele, a atuação do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que se reunirá nesta semana semana para fixar os juros básicos da economia, também será decisiva para conter a inflação. “O Banco Central vai contribuir para segurar as expectativas. A alta dos juros é importante para cortar o canal que alimenta a inflação e facilitar a estabilização dos índices, não apenas em 2013, mas também no próximo ano”, explica. Ele acredita que, caso o Banco Central não reajuste a taxa Selic na próxima semana, tomará a decisão no fim de maio.
Tanto o mercado quanto o governo acreditam que a inflação desacelerará. No último boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, os analistas preveem que o IPCA encerrará o ano em 5,7%.
Não há nem haverá tolerância, diz BC
São Paulo e Rio (AE) - Declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fizeram disparar na sexta-feira no mercado financeiro operações com taxas futuras de juros, que atingiram máximas de 7,48% para julho e de 8,12% para janeiro de 2014. “Não há nem haverá tolerância com a inflação”, declarou Tombini, no início da tarde, no Rio, consolidando o movimento do mercado em direção à alta de juros iniciado pela manhã, quando Mantega comentou, em São Paulo, que “o governo tem dado atenção ao combate à inflação”.
As apostas de alta de juros na reunião do Copom nesta semana pareciam dadas pelo movimento do mercado. A dúvida seria a intensidade do aperto: de 0,25 ou 0,5 ponto porcentual. Mas, no fim do dia, alguns economistas começaram a avaliar que a alta, considerada inevitável, pode não vir neste mês.
De qualquer forma, o ministro e o presidente do BC pareceram caminhar na mesma direção na preparação do mercado. Tombini nem sequer tinha previsão de fazer qualquer declaração pública. Sua assessoria havia anunciado que a 25.ª Reunião de Presidentes de Bancos Centrais da América do Sul, da qual participava, no Rio, era um evento fechado, sem possibilidade de entrevistas.Tribuna do Norte
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