Mídia fala em “pizza” porque CPI contrariou oposição |
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A partir de agora, mais do que nunca, o
cidadão que quiser saber a quantas anda a CPMI do Cachoeira terá que se
manter cético sobre a guerra de versões que se instalará.
Nesse processo, devido à aliança entre a oposição e setores da
imprensa, ficará mais difícil saber o que está acontecendo, mas não será
impossível.
Há duas versões que a mídia demo-tucana
está espalhando que pretendem jogar areia nos olhos da opinião pública.
Uma delas é sobre o volume de ligações telefônicas entre o diretor da
revista Veja Policarpo Júnior, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e sua
quadrilha. Os interessados em distorcer essa questão – leia-se a própria
Veja – dizem, agora, que das 200 ligações do jornalista com o
contraventor só teriam aparecido duas.
O jornalista Luis Nassif já tinha
explicado essa questão em post, mas, em minha opinião, não foi
suficiente explícito, haja vista que tenho recebido muitas consultas de
leitores sobre essa questão.
Detalhe: a informação de Nassif me foi confirmada ontem (quinta-feira) e passo a detalhá-la.
A informação sobre “200 ligações” entre
Policarpo e Cachoeira – fora outras que o jornalista manteve diretamente
com a quadrilha – é oriunda da Polícia Federal. Os grampos telefônicos
captados foram armazenados em um sistema chamado “Guardião”. Esse
sistema permite que pessoas autorizadas localizem conversas entre os
diversos envolvidos no caso.
Como explicou Nassif e me confirmou a
fonte com a qual conversei, se você faz uma busca no sistema Guardião
pedindo um índice das conversas de Policarpo com Carlinhos Cachoeira,
por exemplo, o número de resultados ultrapassa 200, sem falar nas
ligações entre o jornalista e o resto da quadrilha.
Como o foco das Operações Monte Carlo e
Vegas não era o jornalista da Veja, e até devido ao vespeiro que é mexer
com a imprensa, a PF não transcreveu e separou as ligações envolvendo a
Veja. Além disso, há uma forte pressão da oposição e da imprensa sobre
setores da PF ligados a esse grupo político.
Aí chegamos às notícias da grande mídia
sobre um “acordão” para transformar a CPMI em “pizza”. Os jornais trazem
hoje (sexta-feira), nas primeiras páginas, alusões a isso. Ontem
(quinta-feira), portais e sites na internet disseram a mesma coisa. Mas
que “acordão” é esse? É para poupar a Veja? É para a Comissão não
investigar mais nada?
A mídia e a oposição espalham a versão
da Pizza porque a CPMI não irá convocar agora os governadores acusados
de envolvimento com o esquema Cachoeira e porque restringiu ao
Centro-Oeste as investigações sobre a Delta, que as mesmas mídia e a
oposição querem que avancem até o Rio de Janeiro, obviamente que
passando longe de São Paulo, onde a revista IstoÉ mostrou, recentemente,
que estão os maiores negócios da empreiteira.
Aqui mesmo, no blog, vários leitores
caíram nessa conversa. O mesmo aconteceu nas redes sociais Twitter e
Facebook. Tem gente caindo como patinho em uma versão do interesse da
Veja, da Folha, do Estadão, do Globo, do PSDB, do DEM e do PPS.
O PT e a base aliada não vão aceitar
convocar Agnelo Queiróz e Sérgio Cabral simplesmente porque não há nada
nas gravações da PF contra eles. O único governador realmente envolvido
com o esquema Cachoeira é Marconi Perillo. E como os aliados governistas
apostam que isso ficará claro ao se aprofundarem nas escutas da PF, as
convocações ficaram em suspenso.
O mesmo se dá a respeito da convocação
do jornalista Policarpo Júnior. O senador Fernando Collor havia feito um
pedido de envio das gravações armazenadas no sistema Guardião que
envolvam exclusivamente a Veja e seu jornalista. O relator Odair Cunha
inclinou-se por esse requerimento, mas, diante da argumentação da
senadora do DEM Katia Abreu de que a PF enviou o lote inteiro de
gravações da Operação Monte Carlo, Cunha aceitou barrar o requerimento
de Collor.
Não acredite então, leitor, nessa
conversa sobre “pizza” e “acordão”. A leitura dos grandes jornais e
portais de internet está direcionada para confundir o público e gerar
desânimo entre aqueles que querem ver esclarecidas as relações da Veja e
de outros veículos com o crime organizado, sem falar no governo
paralelo que Cachoeira instalou em Goiás.
A dinâmica da CPMI fará brotarem todas
essas questões. É questão de tempo. A mídia joga com a ansiedade das
pessoas e tenta criar um fato consumado. A investigação mal começou. Não
se deixe enganar. A maioria do PT e dos seus aliados vai, sim,
investigar a mídia. E Parcela relevante do PMDB está indignada com a
tentativa de envolver o governador Sergio Cabral.
A blogosfera irá informá-lo melhor,
leitor. Neste momento, aliás, nem é preciso, pois a própria Veja soltou
nota que termina assim: “As tentativas de intimidação [da “imprensa
livre”] não devem cessar com a primeira derrota de Collor e do PT na
CPI”. Essa parte é verdade. A investigação contra a Veja vai realmente
ocorrer.
Fonte: Blog da Cidadania
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