Cai número de favelados no Brasil
Vitor Abdala - Agência BrasilRio - Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem pela agência da Organização das Nações Unidas para Habitação (ONU-Habitat). Isso significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o progresso brasileiro poderia ter sido maior.Segundo Moreno, as autoridades brasileiras poderiam ter trabalhado mais nesse período para obter, pelo menos, um índice superior ao progresso médio da América Latina, que reduziu em 19,5% a população das favelas. Países como a Colômbia e a Argentina conseguiram reduções de mais de 40%.
Tasso Marcelo/AE
Anna Tibaijuka, da ONU-Habitat, afirma que 227 milhões de pessoas, de todo o mundo, deixaram de morar em favelas nos últimos dez anos
“Seria muito melhor se o Brasil tivesse conseguido melhorar de 20% a 30% e que estivéssemos falando de 20 milhões de pessoas [que deixaram as favelas], em vez de 10 milhões. Sem dúvida, os esforços deveriam ter sido maiores, principalmente entre 2000 e 2005, já que grande parte desses 10 milhões saíram da pobreza depois de 2005.”
O oficial da ONU atribui o avanço maior, a partir de 2005, as ações como o programa de transferência de renda Bolsa Família. Moreno disse que, graças a programas como esse e como o Minha Casa, Minha Vida, de financiamento habitacional para famílias de baixa renda, o Brasil deverá ter avanços mais expressivos nos próximos anos. O país continua com cerca de 26% da população vivendo em habitações precárias.
“O que eu posso dizer, com todo conhecimento de causa, é que o caso brasileiro vai mostrar que essas políticas vão ter um alto sucesso. E vão ter um alto sucesso por causa da magnitude dos recursos envolvidos, do número de cidades que as estão implementando, do número de pessoas que estão sendo beneficiadas por elas. Haverá uma evolução”, afirmou Moreno.
Segundo a ONU, deixar de morar em favela não significa, necessariamente, que a pessoa foi viver em outro lugar. “Pode significar também que a área onde essa pessoa mora tenha simplesmente sido melhorada em termos de saneamento e condições de moradia, a ponto de deixar de ser considerada uma favela”, explicou.
A diretora executiva da ONU-Habitat, Anna Tibaijuka, disse que 227 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas em todo o mundo nos últimos dez anos, mas ressaltou que um número ainda maior passou a viver nesses locais, o que fez com que a população global de favelados passasse de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
Para ela, o mundo conseguiu atingir uma das Metas do Milênio, a que previa a retirada de até 100 milhões de pessoas de habitações precárias até 2020.
Capitais campeãs da desigualdade no Brasil
Rio (ABr) - As cidades de Goiânia, Fortaleza e Belo Horizonte figuram entre aquelas com maior desigualdade de renda do mundo. Segundo dados divulgados ontem pela ONU-Habitat, a Agência das Nações Unidas para Habitação, esses municípios brasileiros só ficam atrás das cidades sul-africanas, e de Lagos, na Nigéria. Segundo a ONU, as três cidades brasileiras apresentaram um índice Gini (que mede a desigualdade) igual ou superior a 0,61, em uma escala de zero a 1,00, em que os números mais altos mostram maior desigualdade. As nove cidades sul-africanas pesquisadas apresentaram índices entre de 0,67 e 0,75. Já Lagos tem índice de 0,64.
Os dados constam no estudo Cidades do Mundo. De acordo com o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, a desigualdade entre ricos e pobres pode provocar uma série de problemas sociais, como a criminalidade.
“Existe um vínculo muito direto entre as cidades mais desiguais do mundo e um certo nível de criminalidade. Ou seja, a cidade mais desigual vai gerar, mais facilmente, certos distúrbios sociais. E o problema é que as autoridades locais, provinciais e federais vão usar recursos que deveriam ser utilizados para investimentos, para conter esses fenômenos sociais”, disse Moreno.
Brasília também é destacada na pesquisa com um alto índice (0,60). Já na comparação entre países, o Brasil é classificado como um país de “desigualdade muito alta”.
O oficial da ONU atribui o avanço maior, a partir de 2005, as ações como o programa de transferência de renda Bolsa Família. Moreno disse que, graças a programas como esse e como o Minha Casa, Minha Vida, de financiamento habitacional para famílias de baixa renda, o Brasil deverá ter avanços mais expressivos nos próximos anos. O país continua com cerca de 26% da população vivendo em habitações precárias.
“O que eu posso dizer, com todo conhecimento de causa, é que o caso brasileiro vai mostrar que essas políticas vão ter um alto sucesso. E vão ter um alto sucesso por causa da magnitude dos recursos envolvidos, do número de cidades que as estão implementando, do número de pessoas que estão sendo beneficiadas por elas. Haverá uma evolução”, afirmou Moreno.
Segundo a ONU, deixar de morar em favela não significa, necessariamente, que a pessoa foi viver em outro lugar. “Pode significar também que a área onde essa pessoa mora tenha simplesmente sido melhorada em termos de saneamento e condições de moradia, a ponto de deixar de ser considerada uma favela”, explicou.
A diretora executiva da ONU-Habitat, Anna Tibaijuka, disse que 227 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas em todo o mundo nos últimos dez anos, mas ressaltou que um número ainda maior passou a viver nesses locais, o que fez com que a população global de favelados passasse de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
Para ela, o mundo conseguiu atingir uma das Metas do Milênio, a que previa a retirada de até 100 milhões de pessoas de habitações precárias até 2020.
Capitais campeãs da desigualdade no Brasil
Rio (ABr) - As cidades de Goiânia, Fortaleza e Belo Horizonte figuram entre aquelas com maior desigualdade de renda do mundo. Segundo dados divulgados ontem pela ONU-Habitat, a Agência das Nações Unidas para Habitação, esses municípios brasileiros só ficam atrás das cidades sul-africanas, e de Lagos, na Nigéria. Segundo a ONU, as três cidades brasileiras apresentaram um índice Gini (que mede a desigualdade) igual ou superior a 0,61, em uma escala de zero a 1,00, em que os números mais altos mostram maior desigualdade. As nove cidades sul-africanas pesquisadas apresentaram índices entre de 0,67 e 0,75. Já Lagos tem índice de 0,64.
Os dados constam no estudo Cidades do Mundo. De acordo com o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, a desigualdade entre ricos e pobres pode provocar uma série de problemas sociais, como a criminalidade.
“Existe um vínculo muito direto entre as cidades mais desiguais do mundo e um certo nível de criminalidade. Ou seja, a cidade mais desigual vai gerar, mais facilmente, certos distúrbios sociais. E o problema é que as autoridades locais, provinciais e federais vão usar recursos que deveriam ser utilizados para investimentos, para conter esses fenômenos sociais”, disse Moreno.
Brasília também é destacada na pesquisa com um alto índice (0,60). Já na comparação entre países, o Brasil é classificado como um país de “desigualdade muito alta”.
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