Servidores alegam que estatal não está atendendo a pauta de reivindicações da categoria
Os servidores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) iniciaram este mês a Campanha Salarial 2011/2012. Após negociações que não avançaram ainda desde o dia 1º de agosto com a estatal, ontem os trabalhadores de todo o País se reuniram, simultaneamente, para deliberar o estado de greve.
Em Mossoró, o encontro ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (SINTECT). Caso as propostas não sejam atendidas, é possível que uma paralisação nos serviços seja iniciada no dia 14 de setembro.
“Rejeitamos a proposta oferecida pelos Correios de reajuste salarial que foi de quase 7% e do aumento de R$ 1,50 no vale-alimentação”, afirma José Ferreira, vice-presidente do Sintect. “Esperamos que a ECT melhore as propostas. Temos consciência que a greve é o último recurso; traz prejuízos a todo mundo”, completa.
Os dois reajustes oferecidos pela estatal estão longe do que a categoria pede em sua pauta de reivindicações. Os trabalhadores querem reposição salarial de 24,76% do período entre 1994 e 2010; reposição da inflação do período em 7%; aumento do vale-alimentação para R$ 30,00 (hoje o valor é R$ 23,00).
Os servidores pedem aumento real de R$ 400,00 - que vai diminuir a distância entre o menor e o maior salarial -; a instituição de um piso salarial de R$ 1.635,00; melhores condições de trabalho e segurança nas agências do interior.
Segundo José Ferreira, todos os pontos são extremamente importantes para os trabalhadores, porém, ele elenca dois principais: a contratação de mais profissionais e o cancelamento da Medida Provisória (MP) 532 que altera o Estatuto Social da empresa.
“Essa MP trata do processo de reestruturação da ECT com a possibilidade dela constituir subsidiárias para serviços afins. É como se ela pudesse contratar empresas prestadoras de serviços em algumas áreas. A Petrobras já funciona desse jeito. Todos nós sabemos que os direitos não são iguais para os funcionários concursados e para os outros”, explica o vice-presidente.
De acordo com o sindicalista, o déficit de profissionais é grande no Rio Grande do Norte e em Mossoró. Ele conta que, nos últimos anos, quase 200 funcionários deixaram os Correios por aposentadoria, licença ou mudança de emprego e nenhum foi contratado para ocupar as vagas.
Em Mossoró existem aproximadamente 50 carteiros. O número pode diminuir por conta de licenças e férias. Eles são responsáveis por 48 áreas, chamadas de distritos.
O número é baixo para a demanda, de acordo com José Ferreira. “Para atender toda a cidade com tranquilidade deveríamos ter pelo menos mais 30 carteiros”, estima. “Hoje o carteiro é responsável por muitas ruas e acaba prejudicando o atendimento à população porque não tem como realizar todos os serviços”, completa.
Com informações do repórter Bruno Soares
Legenda: José Ferreira falou dos pontos da pauta de reivindicações
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