MP promove modernização dos Correios
Com a publicação da Medida Provisória 532, nesta sexta-feira, dia 29, o Governo Federal deu um passo importante para modernizar e fortalecer os Correios do Brasil.
A ECT poderá agora ampliar sua atuação para outros países onde houver interesse da sociedade brasileira. Além disso, poderá consolidar serviços nas áreas de logística integrada, serviços financeiros e serviços postais eletrônicos, a exemplo do que já acontece em diversos outros correios do mundo, de acordo com as resoluções e recomendações da União Postal Universal (UPU) e da União Postal das Américas, Espanha e Portugal (UPAEP).
Através de parcerias comerciais, a ECT poderá agregar valor a sua marca e a sua infraestrutura, especialmente por meio da utilização da rede de atendimento, que cobre todos os municípios do País.
Os Correios poderão também adquirir o controle acionário ou participação societária em empresas já estabelecidas, além de constituir subsidiárias, o que será importante para acelerar o desenvolvimento da ECT.
Departamento de Relacionamento Institucional dos Correios
Correios alcançarão patamar internacional de competição, diz Bernardo
Plantão | Publicada em 29/04/2011 às 17h43m
Valor OnlineBRASÍLIA - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje que a Medida Provisória 532 é o primeiro passo para garantir a modernização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A MP, publicada na edição desta sexta-feira (29) no Diário Oficial da União (DOU), criará condições para a estatal alcançar o patamar de competição de empresas internacionais.
Na avaliação do ministro, não somente os serviços dos Correios precisavam ser modernizados como também a estrutura organizacional. Segundo ele, esta é a única estatal que o presidente do conselho de administração assume o comando da companhia. As atribuições das diretorias também sofrerão ajustes.
Para Bernardo, uma das principais mudanças está no mecanismo de alteração do estatuto. Até agora, qualquer alteração deveria ser feita por aprovação de lei. O ministro disse que o novo estatuto da companhia já deverá ser publicado na próxima segunda-feira (2).
O ministro afirmou que os Correios já vem estudando há alguns anos prestação de serviços mais modernos, que só agora serão viabilizados. Entre eles estão o certificado digital, a mensageria que garante envio de mensagens eletrônicas com baixo de violação, o correio híbrido, que possibilita o envido de correspondência com impressão no local de destino e a complementação do comércio eletrônico. Tais serviços, segundo Bernardo, já são usados por empresas estrangeiras do ramo.
Além do interesse já manifestado de entrar como sócios no trem-bala, que interligará as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, os Correios também estudam o início da venda de linhas de celular, como operadora virtual (MVNO). Neste caso, a estatal poderia oferecer a telefonia móvel atrelada a facilidades e outros serviços já oferecidos.
O ministro considera que a nova prerrogativa de atuação no exterior, proposta pela MP, terá foco inicial na América Latina e em outros países que mantêm relações estreitas com o Brasil. Até então, não era permitida a abertura de qualquer escritório ou representação em locais estratégicos fora do país.
Atualmente, os Correios estudam três alternativas para resolver problemas de custo e eficiência na logística. Segundo o ministro, ainda não foi decidida qual proposta será escolhida. A primeira seria adquirir participação em companhia aérea, a segunda constituir uma nova empresa para logística por intermédio de parceria e, por fim, alterar as regras de contração de serviço - estendendo prazo de vigência de um para cinco anos.
"Nos casos da aviação, essa mudança é vital. Os Correios gastam R$ 300 milhões por ano", afirmou ministro durante entrevista coletiva. Ele informou que a regra atual torna complicada a contratação de empresas que consideram o contrato pouco atrativo. Na próxima semana, já haverá reuniões entre os Correios e ministérios para avançar na definição de quais medidas serão tomadas na área de logística.
Com a possibilidade de os Correios deterem participação em outras empresas, abriu-se, inclusive, a possibilidade de atuarem como banco próprio para prestar serviços financeiros além dos oferecidos com o Banco Postal. Os novos serviços poderiam abranger até o recolhimento de tributos para prefeituras.
Ao mencionar o sucesso do Banco Postal, Bernardo salientou que a estatal está entusiasmada com a nova licitação, que deverá substituir ou renovar os contratos com o Brasdesco. Segundo ele, pelo menos seis dos 12 principais bancos que atuam no Brasil já despertaram interesse pelo negócio.