Divanilton: Classe trabalhadora deve ser principal foco do PCdoB
Reiterar a centralidade da classe trabalhadora no projeto político dos comunistas e priorizar a organização do partido nas bases operárias são tarefas que devem ser erigidas em prioridades do PCdoB na opinião do petroleiro Divanilton Pereira, membro do Comitê Central do Partido que abordou o tema durante o 7º Encontro Nacional sobre Questões do Partido, realizado no último final de semana (16 e 17 de abril) em São Paulo.
Sindicalista e também dirigente da CTB, Pereira comentou que é necessário “revisitar os compromissos assumidos no 2º Encontro sobre Questões de Partido, ocorrido em abril de 2005”. Na ocasião, os comunistas reafirmaram a convicção na centralidade do trabalho “não apenas como mera categoria acadêmica, sociológica, mas como centro da estratégia do PCdoB: o partido da classe operária brasileira com toda sua dimensão de estratos e frações”.
Identidade e centralidade
A identidade entre o partido e a classe que proclama representar, segundo ele, é o que diferencia a organização comunista das demais legendas. Daí a necessidade de reiterá-la diuturnamente. “Caso contrário, nos tornaremos apenas mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.”
A centralidade da classe trabalhadora na luta política e no projeto dos comunistas é um princípio cardeal da teoria marxista fortemente contestado ao longo das últimas décadas e especialmente depois do colapso do chamado socialismo real que vigorava no antigo bloco soviético. Remando contra a maré reacionária do neoliberalismo, o PCdoB nunca renegou tal princípio, mas sua compreensão e aplicação deixam a desejar.
Maioria da sociedade
Concebida de uma forma ampla, de acordo com as ideias e definições originais de Marx e Engels, a classe trabalhadora constitui, hoje, a grande maioria da sociedade brasileira, abarcando mais de dois terços da população ocupada. Sua relevância política foi evidenciada, entre outras ocasiões, na eleição de um operário para a Presidência da República. “Minha eleição”, disse Lula, “foi uma vitória da classe trabalhadora”.
A reafirmação de sua centralidade é parte da luta ideológica contra as concepções burguesas e pequeno-burguesas que dominam o ambiente político e cultural da nossa sociedade e estendem sua influência inclusive para o interior das fileiras partidárias.
- Como militante também na frente sindical, julgo que devemos permanentemente desenvolver vigilância em torno do foco de nossa ação militante. Ganhar eleições sindicais, participar de instâncias nacionais, constituir e fortalecer nossa central sindical são construções necessárias e complexas, mas que só se tornam estratégicas para o PCdoB caso elas se constituírem em meios, e não em fins. Devem ser o leito da atuação partidária entre as trabalhadoras e os trabalhadores, constituindo pontes com a política e organização partidária. Caso contrário, nos tornaremos apenas em mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do sindicalista no 7º Encontro:
É com entusiasmo que saúdo este acontecimento político que potencializa as condições para o aperfeiçoamento e o desenvolvimento da nossa estruturação partidária. Penso que ele veio para ficar. Na última reunião do Comitê Central do Partido, o presidente Renato Rabelo destacou que no Brasil, atualmente, só o PCdoB concentra tanta energia em busca do fortalecimento programático e partidário. Esse evento é mais uma manifestação disso.
No ato de abertura desse encontro, o nosso presidente sustentou que o país vive um novo e inédito ciclo político em sua história. Uma conquista do povo que resulta em 12 anos consecutivos em que o nosso país é governado por um projeto democrático e popular.
O viés sócio-desenvolvimentista desse projeto vem criando as possibilidades para que o país alcance um novo padrão civilizacional. O PCdoB é partícipe histórico desse processo, e desenvolve esforços programáticos e de gestão integrando- o desde 1989.
É dentro desse contexto que a carta-compromisso se apropria dessa realidade e convoca todo o sistema de direção partidária a colocar o PCdoB em um novo salto organizacional: um salto pela regularidade e duradoura militância desde as suas bases.
Essa é uma condição indispensável não apenas para atender o simples funcionamento interno do nosso Partido, mas fundamental para colocá-lo à altura de liderar as grandes transformações estruturais que o país necessita.
Da carta-compromisso, quero realçar um ponto e, a partir dele, revisitar as resoluções do 2º encontro de abril de 2005 assim definido: “Implementar a política do Partido entre as trabalhadoras e os trabalhadores e por intermédio deles – fator estratégico para o projeto do PCdoB e para o futuro do Brasil”.
Refiro-me ao parágrafo 1 do item IV. Nele nos comprometemos em realizar uma revisão e ajustes. Termos que por si só expressam de uma forma implícita o reconhecimento de algumas de nossas insuficiências: “... fixar lócus de atuação dos militantes de modo mais definido e duradouro. Especialmente nas capitais e nas grandes concentrações de trabalhadores, a revisão considerará as relações de trabalho como forma mais necessária de associação dos militantes....”
Essa revisão pressupõe reassumirmos os compromissos lá de abril de 2005, no qual a centralidade do trabalho foi reafirmada não apenas como mera categoria acadêmica sociológica, mas como centro da estratégia e de pertencimento do PCdoB: o partido da classe operária brasileira com toda sua dimensão de estratos e frações.
Como militante também na frente sindical, julgo que devemos permanentemente desenvolver vigilância em torno do foco de nossa ação militante. Ganhar eleições sindicais, participar de instâncias nacionais, constituir e fortalecer nossa central sindical são construções necessárias e complexas, mas que só se tornam estratégicas para o PCdoB caso elas se constituírem em meios, e não em fins. Devem ser o leito da atuação partidária entre as trabalhadoras e os trabalhadores, constituindo pontes com a política e organização partidária. Caso contrário, nos tornaremos apenas em mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.
Dessa forma, todos nós, quadros dirigentes partidários, além de elaborarmos os estratégicos projetos eleitorais para a batalha de 2012, já em curso, precisamos com eles e também através deles destacarmos a construção partidária no seio da classe trabalhadora brasileira.
Dessa forma, essa diretriz não deve ser encarada como uma tarefa exclusiva dos dirigentes partidários sindicais, mas de todo o sistema diretivo do PCdoB.
Essa é minha contribuição de reafirmação à carta-compromisso aqui apresentada.
Muito Obrigado.
Identidade e centralidade
A identidade entre o partido e a classe que proclama representar, segundo ele, é o que diferencia a organização comunista das demais legendas. Daí a necessidade de reiterá-la diuturnamente. “Caso contrário, nos tornaremos apenas mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.”
A centralidade da classe trabalhadora na luta política e no projeto dos comunistas é um princípio cardeal da teoria marxista fortemente contestado ao longo das últimas décadas e especialmente depois do colapso do chamado socialismo real que vigorava no antigo bloco soviético. Remando contra a maré reacionária do neoliberalismo, o PCdoB nunca renegou tal princípio, mas sua compreensão e aplicação deixam a desejar.
Maioria da sociedade
Concebida de uma forma ampla, de acordo com as ideias e definições originais de Marx e Engels, a classe trabalhadora constitui, hoje, a grande maioria da sociedade brasileira, abarcando mais de dois terços da população ocupada. Sua relevância política foi evidenciada, entre outras ocasiões, na eleição de um operário para a Presidência da República. “Minha eleição”, disse Lula, “foi uma vitória da classe trabalhadora”.
A reafirmação de sua centralidade é parte da luta ideológica contra as concepções burguesas e pequeno-burguesas que dominam o ambiente político e cultural da nossa sociedade e estendem sua influência inclusive para o interior das fileiras partidárias.
- Como militante também na frente sindical, julgo que devemos permanentemente desenvolver vigilância em torno do foco de nossa ação militante. Ganhar eleições sindicais, participar de instâncias nacionais, constituir e fortalecer nossa central sindical são construções necessárias e complexas, mas que só se tornam estratégicas para o PCdoB caso elas se constituírem em meios, e não em fins. Devem ser o leito da atuação partidária entre as trabalhadoras e os trabalhadores, constituindo pontes com a política e organização partidária. Caso contrário, nos tornaremos apenas em mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do sindicalista no 7º Encontro:
É com entusiasmo que saúdo este acontecimento político que potencializa as condições para o aperfeiçoamento e o desenvolvimento da nossa estruturação partidária. Penso que ele veio para ficar. Na última reunião do Comitê Central do Partido, o presidente Renato Rabelo destacou que no Brasil, atualmente, só o PCdoB concentra tanta energia em busca do fortalecimento programático e partidário. Esse evento é mais uma manifestação disso.
No ato de abertura desse encontro, o nosso presidente sustentou que o país vive um novo e inédito ciclo político em sua história. Uma conquista do povo que resulta em 12 anos consecutivos em que o nosso país é governado por um projeto democrático e popular.
O viés sócio-desenvolvimentista desse projeto vem criando as possibilidades para que o país alcance um novo padrão civilizacional. O PCdoB é partícipe histórico desse processo, e desenvolve esforços programáticos e de gestão integrando- o desde 1989.
É dentro desse contexto que a carta-compromisso se apropria dessa realidade e convoca todo o sistema de direção partidária a colocar o PCdoB em um novo salto organizacional: um salto pela regularidade e duradoura militância desde as suas bases.
Essa é uma condição indispensável não apenas para atender o simples funcionamento interno do nosso Partido, mas fundamental para colocá-lo à altura de liderar as grandes transformações estruturais que o país necessita.
Da carta-compromisso, quero realçar um ponto e, a partir dele, revisitar as resoluções do 2º encontro de abril de 2005 assim definido: “Implementar a política do Partido entre as trabalhadoras e os trabalhadores e por intermédio deles – fator estratégico para o projeto do PCdoB e para o futuro do Brasil”.
Refiro-me ao parágrafo 1 do item IV. Nele nos comprometemos em realizar uma revisão e ajustes. Termos que por si só expressam de uma forma implícita o reconhecimento de algumas de nossas insuficiências: “... fixar lócus de atuação dos militantes de modo mais definido e duradouro. Especialmente nas capitais e nas grandes concentrações de trabalhadores, a revisão considerará as relações de trabalho como forma mais necessária de associação dos militantes....”
Essa revisão pressupõe reassumirmos os compromissos lá de abril de 2005, no qual a centralidade do trabalho foi reafirmada não apenas como mera categoria acadêmica sociológica, mas como centro da estratégia e de pertencimento do PCdoB: o partido da classe operária brasileira com toda sua dimensão de estratos e frações.
Como militante também na frente sindical, julgo que devemos permanentemente desenvolver vigilância em torno do foco de nossa ação militante. Ganhar eleições sindicais, participar de instâncias nacionais, constituir e fortalecer nossa central sindical são construções necessárias e complexas, mas que só se tornam estratégicas para o PCdoB caso elas se constituírem em meios, e não em fins. Devem ser o leito da atuação partidária entre as trabalhadoras e os trabalhadores, constituindo pontes com a política e organização partidária. Caso contrário, nos tornaremos apenas em mais um bom administrador da venda da força de trabalho da classe trabalhadora brasileira. E para isso já existem outras organizações.
Dessa forma, todos nós, quadros dirigentes partidários, além de elaborarmos os estratégicos projetos eleitorais para a batalha de 2012, já em curso, precisamos com eles e também através deles destacarmos a construção partidária no seio da classe trabalhadora brasileira.
Dessa forma, essa diretriz não deve ser encarada como uma tarefa exclusiva dos dirigentes partidários sindicais, mas de todo o sistema diretivo do PCdoB.
Essa é minha contribuição de reafirmação à carta-compromisso aqui apresentada.
Muito Obrigado.
Da Redação, Umberto Martins
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