sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Presidente nacional do PCdoB diz que comunistas repetirão aliança com PT
Renato Rabelo afirma que partido estará do lado de Lula em 2010 e, no Rio Grande do Norte, vai apoiar candidato ao governo deste campo.

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Ouça o conteúdo completo do Jornal 96, da 96 FM, desta sexta-feira (22)O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou que os comunistas vão repetir em 2010 a “aliança histórica” que mantêm com o PT desde 1989 e votar na candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão presidencial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). No Rio Grande do Norte, o partido vai apoiar um candidato que esteja alinhado ao campo nacional e que melhor represente o programa defendido pelo PCdoB.
“O PCdoB é aliado do presidente Lula desde 1989. É uma aliança histórica, que tem um sentido estratégico. Nosso lado é esse. Até porque os dois governos Lula são exitosos. A liderança de Lula é importante dentro e fora do país. Aqui no Rio Grande do Norte, o partido vai refletir essa linha nacional e apoiar um candidato dentro desse campo. Vamos analisar a candidatura que mais se identifica com esse campo e que melhor representa nosso programa”, declarou, em entrevista ao Jornal 96 (96 FM) desta sexta-feira (22).
Renato Rabelo está em Natal para lançar o livro “Ideias e Rumos para o Desenvolvimento do Brasil”, uma coletânea de artigos, conferências e debates produzidos ao longo de 30 anos de militância política dentro e fora do Brasil pelo líder comunista. No livro, Renato discute – segundo o próprio autor – “as questões estruturais, conjunturais e políticas para o desenvolvimento do país”. O lançamento será às 19h, no antigo prédio da TVU (Avenida Rio Branco).
Rabelo disse que o PCdoB vive um período de expansão. O partido, segundo ele, “fez um grande esforço para manter a identidade socialista”, principalmente após a queda do Muro de Berlim (1989), quando “os ideólogos capitalistas diziam que o capitalismo teria que permanecer e que a história se resumiria ao capitalismo”.
“Lutamos para manter a nossa identidade de partido socialista, porque o comunismo é o socialismo mais amplo. De La para cá, o capitalismo atravessa uma crise de grande envergadura. Aqueles que diziam que o capitalismo era o fim da história agora se questionam se a história não tem outra expectativa. Os ideólogos que defendem o capitalismo são geriatras, porque o sistema já está aí há 300 anos. Enquanto os socialistas são os pediatras, porque o socialismo ainda está nascendo”, avaliou.
Para Rabelo, o capitalismo se mostrou incapaz de “transformar a força produtora em favor da maioria”. Em vez disso, o sistema leva a concentração dos “frutos do desenvolvimento” nas mãos de apenas um terço da população.
O presidente do PCdoB acredita que o grande debate está posto no mundo é a questão do desenvolvimento, que – para ele – não pode ser dar de forma predatória, sem levar em conta o meio ambiente.
Ele defende que a questão central para o desenvolvimento é o problema das fontes energéticas. Rabelo defende que, nesta área, o nosso país está na vanguarda mundial.
“A questão central é a energia, porque não há desenvolvimento sem fontes energéticas. O petróleo está chegando numa fronteira e vamos ter que buscar novas matrizes energéticas, sobretudo renováveis. O Brasil está bem situado nesta área, porque 80% da nossa energia vêm de hidrelétricas, que é uma fonte limpa. Nós também demos passos importantes com a energia da biomassa. O Brasil também avançou no etanol e no biodiesel. O Brasil está mais avançado que o mundo. Mesmo no petróleo, com a descoberta dessa reserva importante [do pré-sal], vamos ter uma base além das fontes renováveis”.
Renato Rabelo apontou aquele que considera o maior desafio do próximo presidente do Brasil: fazer a reforma tributária progressiva e promover o desenvolvimento com distribuição de renda.
“O governo Lula fez um grande esforço de distribuição de renda, porque desde a década de 1970 o país cresce sem distribuir renda. O grande problema a ser enfrentado agora é a reforma tributária progressiva. No Brasil os tributos são regressivos e não tributam as altas rendas. Você tributa o que se consume e isso injusto, porque quem tem menor salário sai perdendo proporcionalmente. Temos que mudar esse sistema regressivo. Esse seria um passo importante para resolver a desigualdade no país”.

Fonte: No Minuto.com

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