RN não tem professores para assumir ensino de língua espanhola
MAGNOS ALVES
Da Redação
O Rio Grande do Norte dificilmente vai cumprir o prazo para incluir o ensino da língua espanhola no ensino médio da rede pública a partir do mês de agosto, conforme determina a Lei 11.161, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2005.
"O motivo é a falta de professores para atender toda rede", afirmou o secretário estadual da Educação, Ruy Pereira.
Segundo ele, seriam necessários 300 professores para atender as 285 escolas de ensino médio espalhadas pelo Estado. Atualmente, a Secretaria conta com, no máximo, 80 professores de espanhol.
Ruy declarou que as universidades do Estado também não estão fornecendo recursos humanos para preencher essa necessidade. "Como todos os Estados do Brasil, o Rio Grande do Norte também vai enfrentar dificuldade para ofertar o espanhol em todas as escolas", argumentou.
De acordo com pesquisa feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, apenas 8 (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal) dos 25 Estados procurados disseram estar com infraestrutura pronta para oferecer o espanhol. "É uma dificuldade nacional", reiterou Ruy Pereira.
Outro problema que o RN pode enfrentar é a lei de responsabilidade fiscal. O Governo do Estado vive no limite e contratar mais de 200 professores em forma de urgência vai onerar ainda mais a folha de pagamento do Estado com pessoal. "Esse é outro problema até por que não podemos contratar os professores por fora", explicou.
Em situação mais complicada estão as pequenas cidades. Os poucos professores que, segundo a Secretaria, já estão capacitados estão concentrados em Natal e Mossoró. "Existe uma grande dificuldade para interiorizar esses professores", reconheceu Ruy Pereira.
O secretário prometeu trabalhar junto ao consulado espanhol no Rio Grande do Norte uma alternativa para tentar implantar a língua espanhola no ensino médio dentro do prazo estabelecido, "até por que o prazo de cinco anos que foi dado para que os Estados se adequassem era suficiente".
Ruy afirmou que existem recursos financeiros para atender a Lei, mas reconheceu que não pode assegurar que o Rio Grande do Norte estará cumprindo a determinação até o final do ano.
Entre os alunos, o momento é de expectativa.
A estudante Roberta Rodrigues, da Escola Estadual Manoel Joaquim, em Governador Dix-sept Rosado, disse que estava torcendo para que o ensino do espanhol seja realmente implantado. "Será importante para enriquecer meu currículo e, com certeza, vai ajudar na minha inclusão no mercado de trabalho", ressaltou Roberta.
Segundo ele, seriam necessários 300 professores para atender as 285 escolas de ensino médio espalhadas pelo Estado. Atualmente, a Secretaria conta com, no máximo, 80 professores de espanhol.
Ruy declarou que as universidades do Estado também não estão fornecendo recursos humanos para preencher essa necessidade. "Como todos os Estados do Brasil, o Rio Grande do Norte também vai enfrentar dificuldade para ofertar o espanhol em todas as escolas", argumentou.
De acordo com pesquisa feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, apenas 8 (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal) dos 25 Estados procurados disseram estar com infraestrutura pronta para oferecer o espanhol. "É uma dificuldade nacional", reiterou Ruy Pereira.
Outro problema que o RN pode enfrentar é a lei de responsabilidade fiscal. O Governo do Estado vive no limite e contratar mais de 200 professores em forma de urgência vai onerar ainda mais a folha de pagamento do Estado com pessoal. "Esse é outro problema até por que não podemos contratar os professores por fora", explicou.
Em situação mais complicada estão as pequenas cidades. Os poucos professores que, segundo a Secretaria, já estão capacitados estão concentrados em Natal e Mossoró. "Existe uma grande dificuldade para interiorizar esses professores", reconheceu Ruy Pereira.
O secretário prometeu trabalhar junto ao consulado espanhol no Rio Grande do Norte uma alternativa para tentar implantar a língua espanhola no ensino médio dentro do prazo estabelecido, "até por que o prazo de cinco anos que foi dado para que os Estados se adequassem era suficiente".
Ruy afirmou que existem recursos financeiros para atender a Lei, mas reconheceu que não pode assegurar que o Rio Grande do Norte estará cumprindo a determinação até o final do ano.
Entre os alunos, o momento é de expectativa.
A estudante Roberta Rodrigues, da Escola Estadual Manoel Joaquim, em Governador Dix-sept Rosado, disse que estava torcendo para que o ensino do espanhol seja realmente implantado. "Será importante para enriquecer meu currículo e, com certeza, vai ajudar na minha inclusão no mercado de trabalho", ressaltou Roberta.
Ensino do espanhol poderá ser maquiado
O ensino da língua espanhola no ensino médio da rede pública pode ser maquiado. É o que afirma a professora de espanhol da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Regiane Santos Cabral de Paiva.
Ela informa que professores formados em outras disciplinas (como português e inglês) é que estão sendo "capacitados" pela Secretaria Estadual da Educação para lecionar a língua espanhola.
Regiane adverte que o ensino do espanhol pode ser prejudicado se os professores contratados não forem realmente formados na disciplina. "Não basta capacitar professores de outras disciplinas e colocar em sala de aula. É preciso que os professores sejam realmente preparados para não prejudicar o ensino", argumentou.
Para sentir a diferença, basta comparar as horas de estudos do professor capacitado e do professor realmente formado em espanhol. O curso de capacitação em espanhol oferecido pela Secretaria de Educação teve duração de 120 horas, enquanto que um professor formado na universidade tem que estudar mais de 3 mil horas.
Regiane afirma que existe mão-de-obra disponível no mercado para assumir as vagas que estão surgindo com a obrigatoriedade do ensino do espanhol.
Segundo ela, somente a Uern já formou mais de 80 professores de 2003 para cá, sendo que a grande maioria está atuando em outras áreas por falta de oportunidade para lecionar a língua espanhola. "Essa lei é um avanço para o formado em espanhol e, especialmente, para os estudantes que poderão sair do ensino médio ainda mais preparados para o mercado de trabalho", ressaltou.
O ensino da língua espanhola no ensino médio da rede pública pode ser maquiado. É o que afirma a professora de espanhol da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Regiane Santos Cabral de Paiva.
Ela informa que professores formados em outras disciplinas (como português e inglês) é que estão sendo "capacitados" pela Secretaria Estadual da Educação para lecionar a língua espanhola.
Regiane adverte que o ensino do espanhol pode ser prejudicado se os professores contratados não forem realmente formados na disciplina. "Não basta capacitar professores de outras disciplinas e colocar em sala de aula. É preciso que os professores sejam realmente preparados para não prejudicar o ensino", argumentou.
Para sentir a diferença, basta comparar as horas de estudos do professor capacitado e do professor realmente formado em espanhol. O curso de capacitação em espanhol oferecido pela Secretaria de Educação teve duração de 120 horas, enquanto que um professor formado na universidade tem que estudar mais de 3 mil horas.
Regiane afirma que existe mão-de-obra disponível no mercado para assumir as vagas que estão surgindo com a obrigatoriedade do ensino do espanhol.
Segundo ela, somente a Uern já formou mais de 80 professores de 2003 para cá, sendo que a grande maioria está atuando em outras áreas por falta de oportunidade para lecionar a língua espanhola. "Essa lei é um avanço para o formado em espanhol e, especialmente, para os estudantes que poderão sair do ensino médio ainda mais preparados para o mercado de trabalho", ressaltou.
Espanhol é diferencial no mercado de trabalho
A implantação da língua espanhola na rede pública de ensino não dará aos estudantes apenas a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, mas, principalmente, a chance de partir para o mercado de trabalho com maior competitividade.
O consultor e economista Franklin Filgueira, da Índice Consultores, ressalta que o domínio de línguas estrangeiras pode ser o diferencial competitivo no mercado de trabalho.
Segundo ele, o domínio do espanhol se tornou tão importante quanto o domínio do inglês, principalmente a partir dos anos 90, com a forte presença das empresas espanholas no processo de globalização da produção, como também com a elevação dos negócios do Brasil com os países das Américas Central e do Sul. "Considero essencial o domínio do espanhol, neste aspecto, como também da língua inglesa", reitera o economista.
A implantação da língua espanhola na rede pública de ensino não dará aos estudantes apenas a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, mas, principalmente, a chance de partir para o mercado de trabalho com maior competitividade.
O consultor e economista Franklin Filgueira, da Índice Consultores, ressalta que o domínio de línguas estrangeiras pode ser o diferencial competitivo no mercado de trabalho.
Segundo ele, o domínio do espanhol se tornou tão importante quanto o domínio do inglês, principalmente a partir dos anos 90, com a forte presença das empresas espanholas no processo de globalização da produção, como também com a elevação dos negócios do Brasil com os países das Américas Central e do Sul. "Considero essencial o domínio do espanhol, neste aspecto, como também da língua inglesa", reitera o economista.
Fonte: Jornal de Fato
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