segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Inspeção veicular começa em janeiro

A partir de janeiro de 2011, será obrigatória a todos os 760 mil veículos do RN uma vistoria para ser verificada a emissão de gases poluentes. A verificação será renovada anualmente. A inspeção foi estabelecida pela lei 9.270, aprovada no ano passado pela Assembleia Legislativa e também coloca o estado em conformidade com a resolução número 418 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que visa combater a redução de poluição veicular e contaminação atmosférica.
Em todo o Estado serão 15 centrais de inspeção, e o agendamento ocorrerá de acordo com a data de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O valor cobrado para realizar o teste é R$ 68,90. Para o comerciante Jonas de Souza, 37, a obrigatoriedade é considerada boa. Para ele, o fator ambiental sai beneficiado. "O que for preciso para melhorar a qualidade do meio ambiente é válido", disse Jonas. Mas quando perguntado se o valor de R$ 68,90 afetará o seu dia-dia, ele responde: "é mais um motivo para tirar dinheiro do nosso bolso".

CENTRAIS

A empresa Inspar venceu o processo licitatório no primeiro semestre deste ano e distribuirá as centrais por todo o estado. Cidades como Mossoró, Currais Novos, Caicó, Pau dos Ferros, Macau, Apodi e Goianinha terão suas centrais; no total, quinze em todo o RN. O agendamento pode ser feito a partir de hoje através do telefone 0800 084 21 21. Mas seguirá o calendário de pagamento do IPVA. Em janeiro e fevereiro, as centrais receberão veículos com final de placa 1 ou 2. Todos os veículos que forem vistoriados e aprovados receberão um selo eletrônico composto com tecnologia de rádio frequência. O selo é afixado no lado interno do pára-brisa e tem vida útil estimada de cinco anos.
O procurador jurídico do Detran no estado, Marcos Vinícius, esclarece a necessidade e os objetivos da nova regulamentação. "Cerca de 70% da poluição vista aqui vem de veículos, já que em várias cidades não tem tantas indústrias", disse o procurador.
Marcos ressaltou a aproximação da Copa do mundo de futebol, no ano de 2014, como incentivo à diminuição da poluição. "Iremos sediar uma Copa. Temos que pensar em sustentabilidade e desenvolvimento consciente. Receberemos turistas e mostraremos que Natal continua com o ar mais puro", reiterou Marcos.

Inspeção é através do escapamento
A quantidade considerada máxima de gases poluentes emitidos seguirá a tabela do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e varia de acordo com o tipo do veículo, o ano de fabricação e o combustível utilizado. Por exemplo: para carros fabricados até 1979, há certa tolerância em comparação a carros fabricados recentemente. Para aqueles feitos antes da década de 1980, o limite é 6% de gás carbônico emitido pelo cano de escape. Já para os mais novos, fabricados de 2006 em diante, a porcentagem cai para 0,5% de gás carbônico.
O diretor técnico-operacional da Inspar, Jailson Costa, explica o procedimento. "Sensores serão instalados no cano de escape e no motor para fazer a medição. O veículo será forçado de cinco a dez minutos, em marcha lenta, e aí será constatado o nível de gases poluentes emitidos". Jailson esclarece que as centrais não diagnosticarão o problema do motor cuja consequência é a poluição. "Para isso, os condutores deverão procurar mecânicos da sua confiança para identificar e consertar o que estiver errado", esclareceu Jailson. Para os reprovados, um novo agendamento e um novo teste após o conserto é a saída.
Apesar de não ser o responsável por identificar as causas da poluição veicular, Jailson relacionou os principais fatores que geralmente levam ao problema. "Complicações no filtro de combustível, assim como no filtro de óleo. Um motor desregulado e também um bico injetor sujo pode fazer com que o carro emita muita fumaça", acrescenta.
Jornal De Fato

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